terça-feira, 3 de setembro de 2013


Com a simplicidade de um cidadão do interior, nascido e criado sob os regimes severos de uma família de cinco irmãos. Nasceu em Ibiporã, no dia 27 de fevereiro de 1955, o filho do saudoso Mário Caetano, ou "Marião Preto" como era conhecido. O garoto magro, de pernas finas e esguias chutava lata, pedra e corria atrás de um objetivo: Queria ser pintor! Pintos? Não que a profissão não seria a pior, mas era modesto no que almejava.

O destino mudou sua vida ainda na infância quando viu uns garotos brincando com uma bola velha, toda desajeitada, costurada com papel e plástico no lugar da câmara de ar. Sua paixão de infância abria uma porta que nem ele mesmo sabia que era a porta do mundo!

Jogar futebol é muito fácil, ser um atleta profissional é muito difícil. Assim Marinho, Mário Caetano Filho define sua profissão. Hoje, aposentado da bola, mas ligado no mundo esportivo Marinho conta com alegria tudo que passou no futebol do Paraná, de São Paulo e do Rio de Janeiro onde é um dos maiores ídolos do Flamengo.

Neste livro quero contar e deixar cravado na história do futebol a carreira desse grande amigo e um grande cidadão londrinense e paranaense. Escrever a história do Marinho é um grande prazer, pois ouvi tantos relatos que resolvi deixar na história mais esse registro de uma carreira de grande sucesso e de grandes conquistas. Aqui também teremos relatos de grandes jogadores, dirigentes e jornalistas que viram Marinho em campo. A história de Mario Caetano Filho vai emocionar, relembrar, reconquistar o carinho e a paixão de uma nação de torcedores começando pelo nosso Tubarão, até o seu maior título para os flamenguistas de todo mundo. 

O COMEÇO NINGUÉM ESQUECE

Marinho nasceu em Londrina, em uma família simples, pobre e de cinco filhos. Logo nos primeiros anos de vida demonstrava vontade de trabalhar e ajudar os pais. Começou na roça, fazendo muitos serviços, entre eles alguns que ele não gostava muitos como colher algodão. "Trabalhar na colheita do algodão é muito cansativo. Quando acordava ás cinco da manhã para ir ao trabalho Marinho já pensava no seu futuro e sempre teve um objetivo de ir trabalhar para ajudar a família e depois tentar a sua sorte na vida. Aos oito ano de idade ajudava o pai no corte de  cana, para poder comer. A família era composta de cinco filhos, "Seo" Mário Preto já jogava sua bola naquela época e era um dos melhores zagueiros do futebol amador.

Foi no Canindé da Vila Yara que Marinho começou a dar seus primeiros passos no futebol. O time disputava jogos amistosos na categoria infantil e depois passou a jogar as competições da Liga de futebol nos anos 70. Quando completou 16 anos, Marinho queria assistir aos jogos do Londrina e passou a ir ao Estádio Vitorino Gonçalves Dias, o VGD, para atuar como gandula nos treinos e nos jogos do time profissional. Certo dia, os dirigentes do Londrina o convidaram para atuar como zagueiro do time juvenil. Foi o momento que Marinho esperava e rapidamente abraçou aquela oportunidade de servir o time do Londrina, que naquele tempo era muito forte e muito respeitado no Paraná.

Em 1973 Marinho jogou na equipe juvenil e ganhou a chance de subir para o time principal em 1974, quando iniciou a carreira profissional.








Nos primeiros treinos e jogos já despertava a atenção de dirigentes e torcedores como uma promessa do clube, que iniciava uma estruturação para buscar nome no cenário nacional. O clube tinha apenas 18 anos de fundação e a cidade cobrava uma equipe forte para o campeonato brasileiro. Marinho foi apontado como um jogador de futuro e que o Londrina poderia revelar e vendê-lo para um grande clube do futebol brasileiro. Foram quatro anos no Londrina, sendo 3 como profissional nesse período, jogando com grandes jogadores em uma época que poucos jogadores se cuidavam e a boemia imperava em todos os clubes do Brasil.

(relato) 

Em 1977 vem a grande chance para Marinho, que foi emprestado ao São Paulo Futebol Clube, na primeira transferência para o primeiro clube e primeiro título de campeão brasileiro de 1977.

(Relato)

Em 1978, Marinho retornou à Londrina e novamente continuou sendo o destaque da equipe, com suas belas arrancadas e os seus gols de cabeça. No campeonato brasileiro de 1978, marcou 6 gols e em 1979 anotou 7 gols atuando como zagueiro e isso chamou a atenção de outros clubes.

(Relato)


A Revista Placar destacou uma reportagem das belas campanhas dos clubes do Norte do Paraná e o Brasil conheceu a Seleção do Estado que tinha somente jogadores do Grêmio de Esportes Maringá e do Londrina Esporte Clube, chamada se Londringá, onde Marinho era o grande destaque. Foi então que o Flamengo fez uma proposta irrecusável e o Londrina vendeu o passe do zagueiro para o rubro negro carioca. Foi e é até hoje a maior transferência já realizada pelo Londrina EC, que ficou com 5 milhões de Cruzeiros na época, aproximadamente

(Relato)


  
Nos anos de 1978 e 1979, Marinho continuou em destaque atuando pelo Londrina EC, sua técnica e qualidade de fazer gols eram suas principais características. Embora atuando como zagueiro, em 1978 Marinho antou 6 gols, e em 1979 foram 7 gols no Campeonato Brasileiro, qualidades que chamou a atenção de Cláudio Coutinho entao técnico do Flamengo, e com isso, sua transferência passou a ser prioridade para o Flamengo de Zico.














Marinho é ate hoje a maior transferência realizada no Estado do Paraná, fazendo assim encher os cofres do Londrina EC. Já no Flamengo, aonde jogou de 1980 a 1984, Marinho fez muito sucesso. Sua estreia se deu em uma partida amistosa, contra o São Paulo, seu ex-clube, terminando em um empate sem gols. Marinho jogou ao lado de grandes craques, como Zico, Júnior e Leandro, entre tantos outros, que se sagraram campeões da Taça Libertadores da América e do Mundial Interclubes de 1981.
















Na terceira e decisiva partida contra o Cobreloa, na final  Copa Libertadores de 1981, Marinho formou zaga com Mozer, quando o Flamengo venceu por 2 x 0 e ficou com o tão sonhado título de campeão do continente americano. Três semanas mais tarde, a mesma zaga se repetiria na vitória contra o Liverpool, elevando o clube rubro-negro à condição de Campeão Mundial. Pelo Flamengo, Marinho também participou de varias conquistas pelo Flamengo, tendo destaques os Campeonatos Brasileiros de 1980, 82 e 83.  Marinho atuou pela Seleção Brasileira em 1983 sobre o comando de Carlos Alberto Parreira, nos amistosos contra o Chile e Seleção Gaúcha.

















Após sua passagem marcante no Flamengo, Marinho ainda jogou no Atlético Mineiro. Em 1990 voltou ao Flamengo para um jogo de despedida e finalmente, em 1992, encerrou sua carreira no Londrina, aos 37 anos de idade. Tendo assim encerrado sua brilhante e vitoriosa carreira.
 
"O gol mais bonito da minha carreira foi o que fiz em um Londrina x Grêmio Maringá, em 1977. Arranquei da meia-lua e fui até o gol adversário. Realmente foi um golaço", lembra o ex-zagueiro.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na Gávea, Marinho fez parte de um excelente time que tinha a seguinte formação, em 1982: Raul, Leandro, Marinho, Figueiredo e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"Sinto muita falta da galera do Mengão. Aquilo não existe! Até hoje, quando vou ao Maracanã, sou reconhecido", recorda o orgulhoso Marinho.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com a camisa rubro-negra, Marinho fez 218 jogos (123 vitórias, 57 empates, 38 derrotas) e marcou um único gol, contra o Atlético Mineiro, na primeira fase da Libertadores de 1981. "Se perdêssemos, estaríamos eliminados. Marquei no finzinho, de cabeça, e empatei a partida(2x2)", revela Marinho.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ele ficou na Gávea de 1980 a 84 e ajudou o Fla em importantes conquistas. "Foram muitos títulos pelo Flamengo. Ganhamos o Carioca de 81, três Brasileiros (1980, 82 e 83), além da Libertadores e do Mundial, em 1981. Mas a partida que não me sai da cabeça é aquela contra o Atlético (MG), na final do Brasileiro de 80. Eles tinham um timaço, vencemos por 3 a 2, mas quase sofremos o empate no fim. Foi um jogão?, relembra com saudades o ex-zagueiro.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Marinho também atuou pelo São Paulo. Foi reserva no Morumbi durante quase um ano. Sua passagem pelo Tricolor foi em 1977, anterior à sua presença marcante na Gávea. Com a camisa são-paulina, Marinho atuou em apenas cinco partidas (2 vitórias, 2 empates, 1 derrota), não marcou nenhum gol, mas fez parte do grupo que conquistou o Brasileirão daquele ano.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antes de encerrar a carreira atuou em equipes de menor expressão, como Arapongas, Umuarama e Galo Bravo, de Centenário do Sul (PR).
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Casado com Dona Ilza, Marinho tem dois filhos: Rebecca e Mário Caetano Neto, o Neto, que faz parte do elenco profissional do Londrina EC, também atuando como zagueiro.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"Somos uma família de boleiros. Eu era pintor antes de virar jogador e disse para minha mãe, Dona Maria Dourada (já falecida), que ela ainda iria me ver jogando no Maracanã. Ela me olhou meio desconfiada, mas não deu outra?, lembra o sorridente Marinho, que é irmão do falecido goleiro Mauro, do Londrina EC (Mauro disputou a épica partida em que o Tubarão venceu o Vasco por 2 a 0 - gols de Carlos Alberto Garcia e Brandão -, em São Januário, no maior público que o estádio já recebeu).
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como um bom ex-boleiro, Marinho guarda ainda algumas relíquias, como a medalha de campeão do mundo pelo Fla e camisas de equipes como Juventus (trocada com Cabrini, campeão do mundo pela seleção italiana, em 82) e Milan (conseguida com ninguém menos do que Franco Baresi). "Mas meu xodó mesmo é a camisa 3 que usei no Flamengo, com malha toda furadinha. Essa não vendo nem por um milhão", dispara o ex-zagueiro.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Marinho estreou no Flamengo num amistoso contra o São Paulo, em 1980, ajudando a garantir o empate de 0 a 0. Mostrando uma grande capacidade de antecipar-se ao adversário e roubando-lhes a bola com surpreendente habilidade, fez exatamente aquilo que havia chamado a atenção do técnico Cláudio Coutinho após o jogo entre Mengão e Londrina pelo Brasileiro de 1979.





















Alto e magro, Marinho era às vezes desengonçado, o que levou a muitos duvidarem de sua capacidade. Com o tempo virou titular, ganhando confiança para se arriscar no ataque, chegando de trás em alta velocidade para deixar os companheiros na cara do gol. E como não poderia deixar de ser, é super identificado com a Nação. "Sinto muita falta da galera do Mengão. Aquilo não existe! Até hoje sou reconhecido". Sempre será reconhecido e admirado por todos nós!


De acordo com a Flapédia, Marinho fez 219 jogos pelo Mengão, marcando 6 gols. O mais importante desses gols foi contra o Patético-MG, na primeira fase da Libertadores de 81, onde o Mengão não poderia perder, pois seria eliminado. Marinho marcou de cabeça no final do jogo, garantindo o empate em 2x2 e a nossa classificação!

Foi Campeão Carioca em 1981, Brasileiro em 1980/82/83, da Libertadores e do Mundial em 1981. Teve uma passagem pela outra seleção (a brasileira) em 1983. Em 1984, começou a perder espaço no time, com a chegada de alguns jogadores dos juniores, como Figueiredo, com a confirmação de Mozer e o deslocamento de Leandro para a zaga. Com a forte concorrência, preferiu deixar o clube indo para o Patético-MG e depois para o Buátafogo.


Retirado do Blog FlaManolos. Leia mais: http://flamanolos.blogspot.com/2011/11/herois-do-mundial-marinho.html#ixzz3Pjs2x1F8

 

 28/4/1983
Brasil 3 x 2 Chile
Tipo: Oficial amistoso
Local: Estádio do Maracanã
Cidade: Rio de Janeiro
Árbitro: G. Gonzales (Paraguai)
Técnico: Carlos Alberto Parreira
Brasil: Leão, Leandro, Marinho, Márcio Rossini e Júnior (Pedrinho); Batista e Sócrates; Tita (Paulo Isidoro), Zico (Renato), Careca e Éder (João Paulo).
Gols: Careca, Éder e Renato.

 

 

Títulos

Londrina
São Paulo
Flamengo
Atléico-Mineiro